A LEITURA DA BÍBLIA

"Mas seu prazer está na lei de Jeová, E ele lê a Sua lei em voz baixa dia e noite. Ele será como uma árvore plantada junto a correntes de água, Uma árvore que dá fruto na sua estação E cuja folhagem não murcha. Tudo o que ele fizer será bem-sucedido"

(Salmos 1:2,3)

INTRODUÇÃO

A Bíblia é inspirada por Deus: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em justiça, a fim de que o homem de Deus seja plenamente competente, completamente equipado para toda boa obra" (2 Timóteo 3: 16,17). "Pois, acima de tudo, vocês sabem que nenhuma profecia das Escrituras se origina de interpretação pessoal. 21 Porque a profecia nunca foi produzida pela vontade do homem, mas os homens falaram da parte de Deus conforme eram movidos por espírito santo" (2 Pedro 1:20,21). Quarenta pessoas participaram da redação da Bíblia.

A leitura da Bíblia nos permite conhecer melhor o pensamento de Jeová e o de Cristo: "Pois “quem chegou a conhecer a mente de Jeová, para poder instruí-lo”? Mas nós temos a mente de Cristo" (1 Coríntios 2:16). Nós permite ter boas relações com Jeová Deus e Seu Filho Jesus Cristo, instalado como Rei do Reino de Deus celestial por Seu Pai (Salmos 2). O conhecimento de Deus e de Cristo pode permitir-nos obter a vida eterna: "Isto significa vida eterna: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e àquele que tu enviaste, Jesus Cristo" (João 17:3).

Ler a Bíblia nos permite ter bons pensamentos (Filipenses 4:6-9). Ler a Bíblia permite memorizar algumas passagens essenciais, a fim de encontrar mais facilmente os princípios bíblicos que nos guiarão em nossas decisões. De maneira mais geral, a leitura diária da Bíblia nos permite obter as bênçãos de Deus e uma melhor qualidade de vida, na medida em que as aplicamos em nossas vidas: "Contudo, tornem-se cumpridores da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se com raciocínios falsos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não cumpridor, é semelhante a um homem que olha seu próprio rosto num espelho. Pois ele olha para si mesmo, vai embora e logo esquece como ele é. Mas aquele que examina com cuidado a lei perfeita que pertence à liberdade, e continua nela, tornou-se não um ouvinte que facilmente se esquece, mas um cumpridor da obra; e ele será feliz no que faz" (Tiago 1:22-25, Salmo 1:2,3).

Algumas informações a serem conhecidas para poder avançar na leitura da Bíblia

Algumas pessoas preferem ler a Bíblia de maneira segundo a ordem dos 66 livros. Outros preferem uma leitura bíblica temática. Podemos usar os dois modos de ler a Bíblia. De qualquer modo, para aproveitar melhor a leitura, existem informações que nos permitirão usar a Bíblia de maneira mais direcionada. A subdivisão de cada um dos 66 livros da Bíblia, em capítulos e versículos, torna possível localizar rapidamente as passagens bíblicas mencionadas. Por exemplo, Salmos 1:2,3: o nome do livro bíblico "Salmos", capítulo 1, versículos 2 e 3. Se a referência bíblica não estiver citada em um artigo bíblico, poderá procurá-la na Bíblia para verificar a precisão do ensino da Bíblia (Atos 17:11).

A Bíblia é um livro que foi escrito durante um período de mais de 1600 anos, do século 16 AC, até o final do primeiro século DC. Os 39 livros foram escritos antes da vinda de Jesus Cristo na terra, em hebraico e aramaico. Esta primeira parte da Bíblia é comumente referida como o Antigo Testamento ou as Escrituras Hebraicas. A segunda parte da Bíblia, composta por 27 livros, é chamada de Novo Testamento ou Escrituras Gregas Cristãs.

As Escrituras Hebraicas

Têm três partes principais:

1 - A parte histórica consiste em 17 livros bíblicos, de Gênesis ao Livro de Ester. A história começa com a criação do universo, bilhões de anos atrás (Gênesis 1:1); o planejamento do planeta Terra para permitir a vida vegetal, animal e humana em seis períodos de vários milhares de anos (Gênesis 1:2-2:24). O relato do capítulo 3 de Gênesis é o do ataque do diabo contra à soberania de Deus, Adão e Eva associados a essa rebelião e seu respectivo julgamento (Gênesis 3).

(Desde 1914, Satanás, o diabo, foi expulso do céu com demônios na terra, de acordo com Apocalipse 12: 9)

Gênesis 3:15 é a promessa de Deus, que é o tema central da Bíblia: "E porei inimizade entre você e a mulher, e entre o seu descendente e o descendente dela. Este esmagará a sua cabeça, e você ferirá o calcanhar dele". O entendimento dessa profecia fornece uma boa visão geral da articulação da história da Bíblia e de suas profecias. O pacto com Abraão, a criação do povo de Israel, o reinado davídico, torna possível entender progressivamente esse enigma bíblico. Esta parte histórica termina com o retorno do povo de Israel à Palestina após 70 anos de exílio na Babilônia (Os Livros de Neemias e Esdras).

Nesta parte histórica, há o que constitui o pacto da Lei, do livro de Êxodo ao livro de Deuteronômio, intercalado com narrativas históricas dos israelitas durante os 40 anos de peregrinação no ermo. Para ter uma boa ideia geral do espírito desse conjunto de leis, leia os capítulos 20-23 de Êxodo.

2 - A parte poética consiste em 5 livros bíblicos, que vão de Jó ao Cântico de Salomão. O livro de Jó fornece outra informação muito importante sobre o desafio do diabo contra à soberania de Deus mencionada no capítulo 3 de Gênesis. Nos capítulos 1 e 2 de Jó, entendemos que o desafio do diabo também é respeito à integridade do ser humano diante às provações: "Mas Satanás disse a Jeová: “Pele por pele. O homem dará tudo o que tem pela sua vida. Mas agora, levanta a mão e atinge seus ossos e sua carne, e com certeza ele te amaldiçoará na tua própria face" (Jó 2:4,5). O relato do livro nos informa que Jeová Deus permitiu, durante certo tempo, que o diabo fizesse com que Jó sofresse, sem permitir que ele o provocasse a sua morte. Essa permissão do mal tornou possível dar uma resposta moral ao desafio do diabo: Jó permaneceria inculpe diante de Deus, mesmo em provações terríveis, neste caso, diretamente provocadas pelo diabo? A fé de Jó foi vitoriosa, e ele permaneceu integro, dando glória a Deus: "Até eu morrer não renunciarei à minha integridade!" (Jó 27: 5). Jeová Deus recompensou a integridade de Jó (Jó 42:10-17, Tiago 5:11). Gênesis 3 e o livro de Jó nos permitem entender melhor as questões espirituais da permissão divina temporária, da iniquidade no mundo.

O livro poético dos Salmos nos permite ver exemplos de orações que podem ser dirigidas a Deus (Salmos 141:2). Este livro bíblico também tem uma dimensão profética. Existem profecias a respeito do Messias (Salmos 2, a entronização celestial do rei Jesus Cristo, 22 as circunstâncias da morte sacrificial de Cristo, 45 o casamento celestial do rei Jesus Cristo com sua esposa real, a Nova Jerusalém (144000) (Apocalipse 19: 7,8; ​​21: 2)). Profecias sobre o futuro paraíso terrestre (Salmos 37, 46, 72).

O livro de Provérbios contém recomendações para ter boas relações com Deus, com os humanos em geral e dentro da família. O livro de Eclesiastes mostra que uma existência humana sem Deus é vão. Para dar sentido à sua existência, é essencial obedecer a Deus (Eclesiastes 12:13,14). A construção deste livro bíblico é estranha porque é preciso ler o final deste livro para entender, em uma primeira leitura, sua mensagem geral.

3 - A parte profética consiste em 17 livros bíblicos, de Isaías até Malaquias. É impossível resumir de maneira muito condensada o conteúdo desses livros. A soma das informações históricas e bíblicas é simplesmente astronômica. Existem profecias messiânicas sobre o povo de Israel, Jerusalém, os povos ao seu redor, o fim dos tempos, o Dia de Jeová (a Grande Tribulação), a sucessão das potências mundiais, o futuro paraíso terrestre...

Nesta parte profética, existem os três primeiros livros que são mais importantes em número de capítulos: Isaías, Jeremias (associado ao livro de Lamentações) e Ezequiel. Em Isaías 53, existem profecias messiânicas relacionadas às circunstâncias da morte sacrificial de Cristo. Em Isaías 11, 35, 65, há uma descrição profética encorajadora do futuro paraíso terrestre. Em Ezequiel 38 e 39, há a profecia sobre Gogue de Magogue, que precede a grande tribulação. Em Ezequiel 40-48, há uma descrição profética da futura administração do Reino de Deus na Terra.

Em seguida, vêm os livros proféticos em menor número de capítulos, de Daniel a Malaquias. No entanto, seu poder profético é tão importante quanto os três primeiros. A profecia de Daniel é espiritualmente muito poderosa. Além disso, grande parte das profecias de Jesus Cristo a respeito de Jerusalém, o fim deste sistema de coisas, é essencialmente baseada nas profecias de Daniel dos capítulos 9, 11 e 12 de Daniel (Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21).

As profecias do dia de Jeová, a grande tribulação, do livro de Zacarias, associadas aos livros de Joel, Amós, Naum, Habacuque e Sofonias, fornecem informações muito precisas sobre o tempo da grande tribulação, o que acontecerá e o que temos de fazer para sobreviver.

As Escrituras Cristãs Gregas

Eles têm quatro partes:

1 - Os Evangelhos Mateus, Marcos, Lucas e João relatam a vida de Cristo na terra e, especialmente, seus ensinamentos. Em Mateus dos capítulos 5 a 7, há o sermão do monte. Esse ensinamento muito poderoso, espiritualmente, combina simplicidade na expressão de ideias (geralmente ilustrada com exemplos), com uma profundidade no sentido. Por exemplo, neste sermão, ele começa repetidamente seu raciocínio citando a Lei que todos os israelitas conheciam (não assassine, não cometa adultério, divórcio, promessas feitas a Deus e a homens...), para explicar o princípio que a sustenta. Ele mostrou que, do ponto de vista de Deus, não é tanto a ação que conta, mas, mais importante, a intenção que a precede, especialmente no caso de leis que proíbem assassinato e adultério. O ódio e os insultos muitas vezes precedem o assassinato e, mesmo neste estágio de não realização do assassinato, do ponto de vista de Deus, qualquer pessoa nessa situação é culpada de homicídio. É o mesmo para o adultério, muitas vezes a visão constrói a intenção que pode levar à ação. Para Jesus Cristo, visão e intenção são iguais à ação (mesmo que não sejam concretizadas) (Mateus 5:21-23,27-30).

Mateus 24:25, Marcos 13 e Lucas 21 contêm as profecias de Jesus Cristo a respeito do fim deste sistema de coisas.

2 - O livro de Atos dos Apóstolos, é a história do início das congregações cristãs, em Jerusalém, em Samaria e ao redor do Mediterrâneo.

3 - As cartas dos apóstolos e discípulos responsáveis ​​pela administração das várias congregações cristãs, de Romanos a Judas. A maioria das cartas é escrita pelo apóstolo Paulo (de Romanos a Hebreus). É interessante notar que as cartas escritas por Tiago e Judas são escritas pelos dois meio-irmãos de Jesus Cristo (Mateus 13:55, Judas 1 (irmão de Tiago)).

4 - O livro do Apocalipse: É um afresco profético escrito, feito de visões enigmáticas cuja coerência geral reside na resolução dos enigmas proféticos. Somente Deus, por meio de Seu Filho Jesus Cristo, permite compreender (Mateus 11:25). Este livro contém profecias a respeito do fim deste sistema de coisas (como Mateus 24,25, Marcos 13 e Lucas 21) (Apocalipse 6,14,19) e as bênçãos do reinado milenar de Cristo (Apocalipse 21 e 22).

Conclusão sobre a leitura da Bíblia

Latest comments

08.10 | 08:39

‘Há mais felicidade em dar do que em receber.’ (Atos 20:35)...

07.10 | 20:10

merci

19.07 | 09:49

ಹಲೋ: ಗಾದನ ಬಗ್ಗೆ ಮೋಶೆ ಹೀಗಂದ: “ಗಾದನ ಗಡಿಗಳನ್ನ ವಿಸ್ತರಿಸೋನು ಆಶೀರ್ವಾದ ಪಡೀತಾನೆ. ಅವನು ಸಿಂಹದ ತರ ಹೊಂಚು ಹಾಕಿದ್ದಾನೆ, ತನ್ನ ಬೇಟೆಯ ತೋಳನ್ನ ಸೀಳೋಕೆ, ತಲೆ ಛಿದ್ರ ಮಾಡೋಕೆ ಕಾಯ್ತಾ ಇದ್ದಾನೆ" (ಧರ್ಮೋಪದೇಶಕಾಂಡ 33:20)

19.07 | 08:52

ಮೋಶೆ ಗಾದ್ ಕುಲದವರನು ಯಾವುದಕ್ಕ ಹೋಲಿಸಿದಾರೆ

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É muito importante associar nossa leitura da Bíblia à oração. Também é importante lê-lo sem preconceitos religiosos. Muitas vezes, nossa educação religiosa molda nosso entendimento da Bíblia. Essa educação religiosa, mesmo cristã, é frequentemente imbuída de dogmas não bíblicos de origem greco-romana: a imortalidade da alma, o inferno de fogo onde os mortos são torturados, o purgatório, o limbo, a trindade. Antes de cada leitura, devemos pedir a Deus que nos ajude a nos livrar desses preconceitos, a nos libertar espiritualmente para entender a Bíblia com a ajuda de Deus (Mateus 11:25). Jesus Cristo disse: "vocês conhecerão a verdade, e a verdade os libertará" (João 8:32). Essa libertação está em nossa cabeça e no nosso coração simbólico, em nossa capacidade de pensar a Bíblia usando nosso próprio discernimento que nos leva a entender o pensamento de Deus por meio de Cristo (1 Coríntios 2:16). Jesus Cristo ensinou seus apóstolos a pensar por si mesmos para discernir a mente de Deus (compare Mateus 16:23 "os pensamentos de Deus" e Mateus 17:25 "O que acha, Simão?"). É isso que devemos fazer, orando pela ajuda de Deus, lendo a Bíblia e aplicando todos os dias.


Meditação no livro dos Provérbios


Quando uma pessoa pede a Deus com a oração, a sabedoria, conforme o discípulo Tiago, será concedida generosamente: "Portanto, se falta sabedoria a algum de vocês, que ele persista em pedi-la a Deus — pois ele dá a todos generosamente, sem censurar —, e ela lhe será dada" (Tiago 1:5). Deus quer perseverança nesse pedido, porque deve "persistir em pedi-la". Será a demonstração para Deus, que esse pedido seja verdadeiramente sincero. Deve ser acompanhado por ações concretas de acordo com aquela oração. Por exemplo, Deus nos deu sua palavra, a Bíblia. Se temos uma Bíblia, a lemos todos os dias? Se não temos uma Bíblia, é possível ter uma? (Salmos 1:2,3). Ao ler, vamos reservar um tempo para a meditar, talvez memorizando algumas passagens ou referências de versículos bíblicos, a fim de encontrá-los mais tarde?


Um dos livros bíblicos que nos permitirá de ter o depósito da sabedoria divina é o livro dos Provérbios. Este livro é como uma caixa grande contendo centenas de belas pérolas preciosas espirituais, todas diferentes uma das outras. Algumas, na forma de provérbios, estão dispostos em vários colares. Por exemplo, nos capítulos 1 a 9, os provérbios são explicados ou ilustrados para especificar seu significado. A aquisição dessa sabedoria não é o propósito principal, mas um meio de entender qual deve ser a natureza espiritual de nosso relacionamento com Deus (será detalhado abaixo na explicação de Provérbios 2:1-9).


Nos capítulos 10 a 30, há uma sucessão ininterrupta de várias dezenas de provérbios. Nesta parte, não será possível comentar sobre todos eles. É suficiente, individualmente, ler os capítulos inteiros. Em cada capítulo desta parte, alguns provérbios serão citados com ou sem comentários. As escolhas desses provérbios destacados serão feitas pelos seus aspectos incomuns. O capítulo 31 é inteiramente dedicado à descrição da mulher capaz, a expressão da sabedoria divina, em seu aspecto feminino e num ambiente familiar.


Provérbios capítulo 1: a introdução explica que este livro foi escrito para saber como obter a sabedoria. Tem um propósito muito importante escrito somente num versículo: "O temor de Jeová é o princípio do conhecimento. Sabedoria e disciplina são o que os meros tolos têm desprezado" (Provérbios 1:7). Quando uma pessoa espiritual tem essa sabedoria, entende melhor o que significa o temor reverencial de Deus, os sentimentos que isso desperta em si e como isso pode impedir que caíssem na prática do pecado voluntário.


"Escuta, meu filho, a disciplina de teu pai e não abandones a lei de tua mãe. Porque são uma grinalda de encanto para a tua cabeça e um fino colar para a tua garganta" (Provérbios 1:8,9). Quando uma pessoa põe joias, é para parecer bonita e atraente. A beleza física é um presente divino e o humano tem uma tendência natural de querer sublimá-la por joias ou ornamentos, especialmente as mulheres. No entanto, a sabedoria divina cria uma beleza interior, um encanto divino, um carisma comparável à beleza dum magnífico colar que chama a atenção. No entanto, séculos depois, Jesus Cristo mostrou que o propósito dessa beleza interior de origem divina, que deve ser numa forma de luz espiritual, é para dar glória a Deus por nossas obras cristãs (Mateus 5:14-16).


"Filho meu, se pecadores tentarem seduzir-te, não consintas nisso" (Provérbios 1:10-19). Este texto mostra que devemos prestar atenção às nossas associações (1 Coríntios 15:33).


"A verdadeira sabedoria é que grita na própria rua. Nas praças públicas está emitindo a sua voz. Clama na extremidade superior das ruas barulhentas. Às entradas dos portões da cidade diz as suas próprias declarações: “Até quando continuareis vós, inexperientes, a amar a falta de experiência, e até quando tendes de desejar vós, zombadores, a flagrante zombaria, e até quando continuareis vós, estúpidos, a odiar o conhecimento? Retornai em vista da minha repreensão. Então vou fazer meu espírito borbulhar para vós; vou dar-vos a conhecer as minhas palavras. Visto que chamei, mas vós continuais a negar-vos, estendi a minha mão, mas não há quem preste atenção, e continuais a negligenciar todo o meu conselho e não aceitastes a minha repreensão, também eu, da minha parte, rir-me-ei de vosso próprio desastre, caçoarei quando chegar aquilo de que tendes pavor, quando aquilo de que tendes pavor chegar como tempestade e o vosso próprio desastre vier para cá como um tufão, quando chegarem sobre vós aflição e tempos difíceis. Naquele tempo persistirão em invocar-me, mas eu não responderei; continuarão à minha procura, mas não me acharão, visto que odiaram o conhecimento e não escolheram o temor de Jeová. Não consentiram no meu conselho; desrespeitaram toda a minha repreensão. De modo que comerão dos frutos do seu caminho e ficarão empanturrados com os seus próprios conselhos. Pois a renegação dos inexperientes é o que os matará e a despreocupação dos estúpidos é o que os destruirá. Quanto àquele que me escuta, residirá em segurança e estará despreocupado do pavor da calamidade" (Provérbios 1:20-33).


A sabedoria é personificada em alguém que grita na rua. Com essa metáfora da sabedoria que grita na rua, há uma mensagem simples: quem detém a sabedoria divina deve compartilhá-la com outras pessoas e sem medo das reações, que às vezes podem ser hostis. A seleção será feita naturalmente, entre aqueles que querem escutar e aqueles que a recusam. O texto é muito severo em relação àqueles que recusam a sabedoria: "Pois a renegação dos inexperientes é o que os matará e a despreocupação dos estúpidos é o que os destruirá. Quanto àquele que me escuta, residirá em segurança e estará despreocupado do pavor da calamidade" (Provérbios 1:31,32).


A palavra “renegação” é traduzida pela palavra de origem grega, "apostasia" em algumas traduções bíblicas, que no texto hebraico (do livro de Provérbios), significa se afastar, renegar, negar (concordância de Strong (H4878). Em otros textos bíblicos em grego (no Novo Testamento), a palavra de origem grega "apostasia", tem o mesmo significado, no entanto, é adicionado a noção de abandono, deserção, rejeição, a revolta (concordância de Strong (G646)). É importante entender que esse qualificador muito sério tem uma definição e um significado muito restritivos, tanto no Antigo Testamento (texto hebraico) quanto no Novo Testamento (texto grego).


Em todas as referências bíblicas das duas partes principais da Bíblia, a apostasia está diretamente ligada ao abandono da adoração de Deus e da fé cristã. Por exemplo, na história bíblica, a nação de Israel caiu na apostasia, adorando outros deuses em vez do verdadeiro Deus Jeová. O apóstata abandona a adoração verdadeira de Jeová Deus, não reconhece mais em Jesus Cristo, o Messias e não reconhece mais que a Bíblia é a Palavra de Deus (aqui estão algumas referências de textos bíblicos que mostram o que é num nível estritamente bíblico, a apostasia: (1 Samuel 15:11; 28:6,7 (rei Saul); 1 Reis 12:28-32 (rei Jeroboão); 1 Reis 16:30-33 (rei Acabe); 1 Reis 22: 51-53 (rei Achazias); 2 Crônicas 21:6-15 (rei Jeorão); 2 Crônicas 28:1-4 (rei Acaz); 2 Crônicas 33:22,23 (rei Amom)). Quanto à parte cristã da Bíblia, o significado é o mesmo, a do abandono da fé verdadeira, é isso que está escrito em 1 Timóteo 1:19,20 e 2 Timóteo 2:16-19, que menciona o fato de se desviar da verdade bíblica.


Tudo isso para dizer que é necessário se manter na definição bíblica do que é a apostasia, sem cair na calúnia que sofreu o fiel Jó. Ele foi chamado de apóstata, erroneamente, por seus três acusadores (Jó 8:13 (acusação de Bildade); 15:34 (acusação de Elifaz); 20:5 (acusação de Zofar)). Esses três caluniadores tinham uma definição muito “elástica” do que é a apostasia, quando Jó nunca deixou de proclamar sua fé e seu apego a Jeová Deus, o Pai Celestial. É óbvio que Jeová Deus não foi indiferente às calúnias desses três acusadores (Jó 42:7). No passado, como no presente, chamar de apóstatas aos cristãos que continuam (sem terem abandonado) a ter uma fé sincera em Deus e em Jesus Cristo e na Bíblia, não é pouca coisa para Jeová Deus, o Pai Celestial e para Jesus Cristo, o Filho (leia Isaías 66:5 e Mateus 5:22).


Provérbios capítulo 2: a maneira de alcançar a sabedoria bíblica, dada por Deus: "Filho meu, se aceitares as minhas declarações e entesourares contigo os meus próprios mandamentos, de modo a prestares atenção à sabedoria, com o teu ouvido, para inclinares teu coração ao discernimento; se, além disso, clamares pela própria compreensão e emitires a tua voz pelo próprio discernimento, se persistires em procurar isso como a prata e continuares a buscar isso como a tesouros escondidos, neste caso entenderás o temor a Jeová e acharás o próprio conhecimento de Deus. Pois o próprio Jeová dá sabedoria; da sua boca procedem conhecimento e discernimento. E para os retos ele entesourará a sabedoria prática; para os que andam em integridade ele é escudo, observando as veredas do juízo, e ele guardará o próprio caminho dos que lhe são leais. Neste caso entenderás a justiça, e o juízo, e a retidão, o curso inteiro do que é bom" (Provérbios 2:1-9).


O temor a Deus: a palavra hebraica "yirah", traduzida como "temor" a Jeová, no texto dos Provérbios pode ter o significado de "reverência", isto é, um temor reverencial (Concordância de Strong (H3374)). Isso significa que a pessoa que atingiu a madureza cristã entenderá que sea relação com Jeová é um grande privilégio que Deus nos dá. Além disso, quando nos aproximamos de Deus com a oração, podemos fazê-lo com franqueza, mas também com um temor reverencial devido à Pessoa mais importante de toda a criação visível e invisível (Apocalipse 4:11).


Achando o conhecimento de Deus: quando o humano começa a encontrar o conhecimento de Deus, significa que ele está em condições de compreender espiritualmente o que Deus está lhe ensinando. Esse conhecimento mencionado no texto de Provérbios que estamos examinando, é tanto inerente à pessoa de Jeová Deus (Yehowah Elohim), mas também no que Ele quer nos ensinar. Jesus Cristo (Yehoshuah Mashiah), evocou este conhecimento: "Isto significa vida eterna, que absorvam conhecimento de ti, o único Deus verdadeiro, e daquele que enviaste, Jesus Cristo" (João 17:3). Este conhecimento de Deus, o Pai e de Seu Filho Jesus, é uma promessa de vida eterna, com a condição que permaneçamos fiéis até o fim (Mateus 24:13). A expressão "absorvam conhecimento de" Deus, com a de Provérbios, chegar ao conhecimento de Deus, descreve um processo espiritual que consiste em estar em fase de compreensão do ensinamento de Deus e de seu Filho Jesus Cristo.


O conhecimento e a compreensão que vem de Deus: há uma diferença entre o conhecimento disponível na Bíblia e a compreensão ou a capacidade de entendê-lo, que é dado por Deus através de Cristo: "Pois “quem veio a conhecer a mente de Jeová para o instruir?” Mas nós temos a mente de Cristo" (1 Coríntios 2:16). Quando uma pessoa entende pela aceitação em seu coração do conhecimento bíblico, pode-se dizer que ela manifesta uma fé de acordo com a vontade de Deus: "A fé é a expectativa certa de coisas esperadas, a demonstração evidente de realidades, embora não observadas. Porque, por meio desta, os antigos receberam testemunho" (Hebreus 11: 1). A palavra "demonstração" em relação à fé pressupõe conhecimento "lógico", mesmo que se refere a realidades que não podem ser vistas.


O conhecimento e o discernimento: o discernimento ou ia perspicâcia é um grau mais alto de inteligência, o que possibilita a compreensão de conhecimentos mais complexos, na espiritualidade bíblica. Na carta inspirada de Paulo aos Hebreus, ele se refere a duas formas de conhecimento, a "doutrina primária" e o "alimento (espiritual) sólido", que é um conhecimento mais complexo. No texto grego, existem duas palavras que se referem a essas duas categorias de conhecimento, respectivamente. Eles estão juntos, na segunda carta de Pedro, as palavras gregas "Gnosis" e "Epignosis": "Benignidade imerecida e paz vos sejam aumentadas pelo conhecimento exato (Epignosis) de Deus e de Jesus, nosso Senhor. (...) Sim, por esta mesma razão, por contribuirdes em resposta todo esforço sério, supri à vossa fé a virtude, à [vossa] virtude, o conhecimento (Gnosis), ao [vosso] conhecimento, o autodomínio, ao vosso autodomínio, a perseverança, à [vossa] perseverança, a devoção piedosa" (2 Pedro 1:2,5,6). Portanto, a compreensão é para o conhecimento, em geral (Gnosis), o que é discernimento para um conhecimento mais complexo (Epignosis). É importante não esquecer o objetivo do conhecimento de Deus em relação à inteligência e ao discernimento, que é buscar encorajar o próximo e o irmão na fé: "O conhecimento enfuna, mas o amor edifica" (1 Coríntios 8:1).


A sabedoria divina mencionada em todo o livro de Provérbios é o fato de por em prática o conhecimento, com inteligência e discernimento. Jesus Cristo, no final do Sermão do Monte, mostrou a necessidade de por em prática seu ensino em Mateus 7:24-27. A continuação e no final do capítulo 2 mostram os benefícios de aplicar o conhecimento por meio de sabedoria divina (Provérbios 2:10-22).


Provérbios capítulo 3: a introdução deste capítulo mostra que a aplicação da sabedoria de Deus em nossa vida permitirá que tenhamos mais anos de vida: "Filho meu, não te esqueças da minha lei, e observe teu coração os meus mandamentos, porque te serão acrescentados longura de dias e anos de vida e paz. Não te abandonem a própria benevolência e veracidade. Ata-as à tua garganta. Inscreve-as na tábua do teu coração" (Provérbios 3:1-3).


A seguinte exortação é colocar sua confiança em Jeová Deus, o Pai Celestial: "Confia em Jeová de todo o teu coração e não te estribes na tua própria compreensão. Nota-o em todos os teus caminhos, e ele mesmo endireitará as tuas veredas. Não te tornes sábio aos teus próprios olhos. Teme a Jeová e desvia-te do mal. Torne-se isso uma cura para o teu umbigo e refrigério para os teus ossos" (Provérbios 3:5-8). A confiança em Deus é uma forma de expressão de amor sincero por ele. Quando alguém ama uma pessoa, confia nela porque sabe que o que quer que ele faça, será para o nosso bem. Assim, a confiança é a expressão da fé em ação. Nesse caso, a fé não será somente uma visão simples do invisível, mas também uma experiência de vida na confiança em Deus, em situações em que talvez não saibamos o resultado que concederá (Hebreus 11:1,6). O fato de não confiar em nossa própria compreensão é não ser sábio aos nossos próprios olhos. Significa que às vezes podemos estar em situações em que não vemos o resultado ou a solução. É nessa situação que é aconselhável confiar em Deus, sem procurar controlar tudo com a compreensão duma solução que virá de Deus. Essa confiança em Deus terá um efeito refrescante em nossa mente e em nosso estado de saúde em geral: "Torne-se isso uma cura para o teu umbigo e refrigério para os teus ossos" (Provérbios 3:8).


"Honra a Jeová com as tuas coisas valiosas e com as primícias de todos os teus produtos. 10 Então os teus depósitos de suprimentos se encherão de fartura; e teus tanques de lagar transbordarão de vinho novo" (Provérbios 3:9,10). O cristão não está sob a obrigação de pagar o dízimo, de acordo com a Lei (dada à Moisés), porque Cristo é o fim da Lei (Romanos 10:4). As primícias, para o cristão, são espirituais, ou seja, o que quer que ele faça por Deus e seu Filho, tem de dar o melhor, com todo o seu coração (Malaquias 3:8-10). De certa forma, simbolicamente, ele não apresentará em sacrifício espiritual, um animal coxo (ao ser negligente) (Malaquias 1:12,13).


Quando Jeová Deus, o Pai Celestial nos disciplina, é verdade que pode nos entristecer no momento. No entanto, isso significa que ele nos ama e que quer que tenhamos um futuro eterno feliz: "Filho meu, não rejeites a disciplina de Jeová; e não abomines a sua repreensão, porque Jeová repreende aquele a quem ama, assim como o pai faz com o filho em quem tem prazer" (Provérbios 3:11,12).


Devemos ajudar nosso próximo na medida em que temos a possibilidade de fazê-lo, sem procrastinar: "Não negues o bem àqueles a quem é devido, quando estiver no poder da tua mão fazê-lo. Não digas ao teu próximo: “Vai, e volta, e amanhã darei”, quando tens alguma coisa contigo" (Provérbios 3:27,28). No julgamento final (pouco antes da Grande Tribulação), das ovelhas e os cabritos simbólicos, Jesus Cristo apenas menciona ações de ajuda ao nosso próximo, como dar de beber, dar de comer, dar roupas, visitar companheiros doentes ou na prisão e manifestar hospitalidade (Mateus 25:31-46). Isso nos dá para pensar...


Provérbios capítulo 4: este capítulo se assemelha a uma carta que um filho ou uma filha receberia, de seu pai e sua mãe, dando conselhos educacionais. Anteriormente, no capítulo 3, lemos que Deus disciplina quem o ama. Concretamente, essa disciplina, na estrutura familiar que aplica os princípios bíblicos, é o pai que é responsável por isso com a estreita colaboração da mãe: "Escutai, ó filhos, a disciplina do pai e prestai atenção, para conhecerdes a compreensão" (Provérbios 4:1).


Provérbios capítulo 5: é a continuação das recomendações do capítulo 4, acerca da moralidade sexual. Começa com um aviso contra a mulher estranha. É provável que a mulher estranha pode aludir ao mesmo tempo, a uma prostituta e uma mulher adúltera: "Filho meu, presta deveras atenção à minha sabedoria. Inclina teus ouvidos ao meu discernimento, para guardar os raciocínios; e resguardem os teus lábios o próprio conhecimento. Pois os lábios duma mulher estranha estão gotejando como favo de mel e seu paladar é mais macio do que o azeite. Mas o efeito posterior dela é tão amargo como o absinto; é tão afiado como uma espada de dois gumes. Seus pés descem à morte. Mesmo os passos dela firmam-se no próprio Seol" (Provérbios 5:1-5). De maneira metafórica, este texto mostra que, se a imoralidade sexual pode trazer prazer, no curto prazo, mas no final, as consequências podem ser particularmente dramáticas (até mortal "Seus pés descem à morte. Mesmo os passos dela firmam-se no próprio Seol").


A continuação do capítulo mostra que um homem casado e sua mulher podem encontrar muita felicidade no nível sexual, enquanto permanecem fiéis um ao outro: "Bebe água da tua própria cisterna e filetes de água do meio do teu próprio poço. Porventura se deviam espalhar teus mananciais portas afora, tuas correntes de água nas próprias praças públicas? Que mostrem ser somente para ti e não para os estranhos contigo. Mostre-se abençoada a tua fonte de água e alegra-te com a esposa da tua mocidade, gama amável e encantadora cabra-montesa. Inebriem-te os seus próprios seios todo o tempo. Que te extasies constantemente com o seu amor. Portanto, meu filho, por que te devias extasiar com uma mulher estranha ou abraçar o seio duma mulher estrangeira? Porque os caminhos do homem estão diante dos olhos de Jeová e ele contempla todos os seus trilhos" (Provérbios 5:15-21). Essa felicidade conjugal é uma criação de Deus, no entanto, é necessário respeitar os limites morais. Isso pode ser uma proteção contra a tentação da prática da fornicação e do adultério (1 Coríntios 7:1-5). Nesta área, Deus também "contempla todos os seus trilhos (os do homem e da mulher)", acerca das relações íntimas (Hebreus 13:4).


Provérbios capítulo 6: "Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; vê os seus caminhos e torna-te sábio. Embora não tenha comandante, nem oficial ou governante, prepara seu alimento no próprio verão; tem recolhido seus alimentos na própria colheita. Até quando, ó preguiçoso, ficarás deitado? Quando é que te levantarás do teu sono? Mais um pouco de sono, mais um pouco de cochilo, mais um pouco de cruzar as mãos ao estar deitado, e certamente chegará a tua pobreza como um bandoleiro e a tua carência como um homem armado" (Provérbios 6:6-11). Este conselho nos convida a observar a criação de Deus, neste caso, o reino animal, os insetos para aprender com a sabedoria. O próprio Jesus Cristo tem encorajado a fazer o mesmo, a fim de fazer entender aos seus discípulos que Deus sempre cuidará dos seus servos, assim como ele cuida de toda a sua criação (Mateus 6:24-34). Assim, nossa meditação deve se basear, não apenas na Bíblia, na Palavra de Deus, mas também na criação, no estudo das ciências, a fim de perceber sua dimensão divina (romano 1:20).


"Há seis coisas que Jeová deveras odeia; sim, há sete coisas detestáveis para a sua alma: olhos altaneiros, língua falsa e mãos que derramam sangue inocente, o coração que projeta ardis prejudiciais, pés que se apressam a correr para a maldade, a testemunha falsa que profere mentiras e todo aquele que cria contendas entre irmãos" (Provérbios 6:16-19). É estranho porque parece dizer que o número seis é igual a sete (seis coisas, sim sete). É importante saber que na Bíblia, os números, dependendo do contexto, podem ter o valor de figuras de estilo. Nesse caso, o número seis pode corresponder ao adjetivo "vários" ou "muitos", enquanto o número sete, a um superlativo, que expressa um maior grau de detestação (neste contexto). Se contarmos o número de coisas que Jeová Deus odeia, há sete. Que relacionamento poderia ter a menção das seis primeiras coisas, com a sétima? A sétima detestação pode resumir todas as seis anteriores. Nesse caso específico, um indivíduo maligno que cria contendas entre irmãos (a sétima menção), provavelmente teria, na maioria dos casos, as características dos seis defeitos graves mencionados primeiro.


Provérbios capítulo 7: é a ilustração dum homem irresoluto em seu coração e quem se deixa seduzir por uma mulher estranha (neste caso uma mulher adúltera), astuta. Finalmente, ele acabou caindo na armadilha da imoralidade sexual, com as consequências prejudiciais:


"Pois da janela da minha casa, pela minha gelosia, olhei para baixo, para espreitar os inexperientes. Fiquei interessado em discernir entre os filhos um moço falto de coração, passando pela rua perto da esquina dela e marchando no caminho da casa dela, no crepúsculo, à noitinha do dia, ao se aproximar a noite e as trevas. E eis que vinha ao seu encontro uma mulher em traje de prostituta e ardilosa de coração. Ela é turbulenta e obstinada. Seus pés não ficam residindo na sua casa. Ora está portas afora, ora está nas praças públicas, e perto de cada esquina ela fica de emboscada. E ela o segurou e deu-lhe um beijo. Fez a sua face atrevida e começa a dizer-lhe:

“Cabia-me oferecer sacrifícios de participação em comum. Hoje paguei os meus votos. Por isso saí, vindo ao teu encontro, à procura da tua face, para achar-te. Arrumei o meu divã com colchas, com coisas multicolores, linho do Egito. Borrifei minha cama com mirra, aloés e canela. Vem deveras, bebamos fartamente do amor até à manhã; regalemo-nos deveras mutuamente com expressões de amor. Pois o esposo não está na sua casa; foi viajar num caminho de certa distância. Tomou na mão uma bolsa de dinheiro. Chegará à sua casa no dia da lua cheia.”

Ela o desencaminhou com a abundância da sua persuasão. Seduziu-o com a maciez dos seus lábios. De repente ele vai atrás dela, igual ao touro que chega ao abate, e como que agrilhoado para a disciplina do tolo, até que uma flecha lhe fende o fígado, assim como o pássaro se apressa para a armadilha, e ele não sabia que envolvia a sua própria alma" (Provérbios 7:6-23).


Provérbios capítulo 8: esta passagem é particularmente conhecida pela personificação da sabedoria como mestre-de-obras, colaborador de Deus, particularmente durante a criação: "O próprio Jeová me produziu como princípio do seu caminho, a mais antiga das suas realizações de há muito. Fui empossada desde tempo indefinido, desde o começo, desde tempos mais remotos do que a terra. Quando não havia águas de profundeza, fui produzida como que com dores de parto, quando não havia mananciais fortemente carregados com água. Antes de serem assentados os próprios montes, adiante dos morros, fui produzida como que com dores de parto, quando ele ainda não havia feito a terra e os espaços abertos, nem a primeira parte das massas de pó do solo produtivo. Quando ele preparou os céus, eu estava lá; quando decretou o círculo sobre a face da água de profundeza, quando firmou as massas de nuvens acima, quando fez ficar fortes as fontes da água de profundeza, quando fixou ao mar o seu decreto, para que as próprias águas não ultrapassassem a sua ordem, quando decretou os alicerces da terra, então vim a estar ao seu lado como mestre-de-obras, e vim a ser aquele de quem ele gostava especialmente de dia a dia, regozijando-me perante ele todo o tempo, regozijando-me com o solo produtivo da sua terra, e as coisas de que eu gostava estavam com os filhos dos homens" (Provérbios 8:22-31).


Ao cruzar esse texto com informações escritas no Evangelho de João, entendemos que esse mestre-de-obras, não é outro senão o Filho de Deus, que colaborou em toda a criação de seu Pai: "No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era um deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas vieram a existir por meio dele, e sem ele nem mesmo uma só coisa veio a existir" (João 1:1-3).


Provérbios capítulo 9: vemos que a sabedoria está intimamente ligada à ação, à prática do conhecimento, com inteligência e perspicácia: "A verdadeira sabedoria construiu a sua casa; talhou as suas sete colunas. Ela organizou seu abate de carne; misturou seu vinho; ainda mais, pôs em ordem a sua mesa. Ela enviou as suas criadas, para que clamassem no cume das elevações da vila: “Quem for inexperiente, desvie-se para cá.” Quem for falto de coração — ela lhe disse: “Vinde, alimentai-vos do meu pão e participai em beber do vinho que misturei. Deixai os inexperientes e continuai vivendo, e andai direito no caminho do entendimento" (Provérbios 9:1-6; compare com a conclusão do Sermão do Monte, pronunciado por Jesus Cristo (Mateus 7:24-27)).


Provérbios capítulo 10: deste capítulo até o capítulo 30, há uma sucessão ininterrupta de várias dezenas de Provérbios. Alguns provérbios serão citados, com ou sem comentários.

“Jeová não fará que a alma do justo passe fome, mas repelirá a avidez dos iníquos” (versículo 3; veja também Mateus 6:33,34).


“O filho que age com perspicácia recolhe durante o verão; o filho que age vergonhosamente está profundamente adormecido durante a colheita” (versículo 5).


“Na abundância de palavras não falta transgressão, mas quem refreia seus lábios age com discrição” (versículo 19; leia também Tiago 1:19 e todo o capítulo 3, sobre o uso da língua).

“A bênção de Jeová — esta é o que enriquece, e ele não lhe acrescenta dor alguma” (versículo 22; leia também Tiago 1:17).


"O que amedronta ao iníquo — isto é o que chegará a ele; mas o desejo dos justos será concedido. Como quando passou o tufão, assim não existe mais o iníquo; mas o justo é um alicerce por tempo indefinido" (versículos 24,25).


“O caminho de Jeová é um baluarte para o inculpe, mas a ruína é para os que praticam o que é prejudicial” (versículo 29).


Provérbios capítulo 11:


“Coisas valiosas de nada aproveitarão no dia da fúria, mas a justiça é que livrará da morte” (versículo 4).


“O justo é quem é socorrido mesmo da aflição, e em lugar dele entra o iníquo” (versículo 8).

“O falto de coração desprezou o seu próprio próximo, mas o homem de amplo discernimento é quem se mantém calado” (versículo 12).


“Quem anda em volta como caluniador está revelando palestra confidencial, mas quem é fiel no espírito encobre o assunto” (versículo 13). Este provérbio revela um aspecto nem sempre conhecido do que pode ser considerado calúnia, do ponto de vista de Deus: o fato de revelar palavras confidenciais e íntimas sobre uma pessoa, com o objetivo de causar dano, com o mesmo efeito da calúnia. Por outro lado, não fazer isso, é mostrar retidão de espírito e nobreza de coração.


“Como uma argola de ouro, para as narinas, no focinho dum porco, assim é a mulher que é bonita, mas que se desvia da sensatez” (versículo 22). A beleza física é um dom divino, porém, deve estar associada à beleza interior do homem ou da mulher, que neste caso, seria manifestar sensatez.


“Há um que espalha, e ainda assim está sendo incrementado; também aquele que se refreia do que é direito, mas isso só resulta em carência. Far-se-á que a própria alma generosa engorde, e aquele que rega liberalmente os outros também será regado liberalmente” (versículos 24,25).

“O fruto do justo é árvore de vida, e quem ganha almas é sábio” (versículo 30). "Ganhar almas” significa ensinar, aconselhar ou disciplinar uma pessoa para obter sabedoria ou corrigir mau comportamento. Neste sentido, o justo, através dos seus sábios conselhos, pode ser uma fonte de vida, ou de prolongamento da vida, para aqueles que o ouvem ou que seguem os seus sábios conselhos.


Provérbios capítulo 12:


“A esposa capaz é uma coroa para o seu dono, mas aquela que age vergonhosamente é como podridão nos seus ossos” (versículo 4).


“O justo importa-se com a alma do seu animal doméstico, mas as misericórdias dos iníquos são cruéis” (versículo 10). Deus quer que os animais sejam bem tratados. É interessante notar que as pessoas que maltratam os animais são consideradas más por Deus.


“O caminho do tolo é direito aos seus próprios olhos, mas quem escuta conselho é sábio” (versículo 15). O tolo nunca questiona seu mau comportamento, enquanto o sábio admite que de vez em quando precisa ser aconselhado.


“É o tolo que dá a conhecer seu vexame no mesmo dia, mas o argucioso encobre a desonra” (versículo 16). Quando alguém fica naturalmente perturbado por palavras ou por uma situação, deve exercer o autocontrole e esperar o momento apropriado (que muitas vezes não é quando alguém tem pressa em reagir). A expressão “no mesmo dia” parece ilustrar uma reação espontânea, muitas vezes impensada e inadequada.


“Existe aquele que fala irrefletidamente como que com as estocadas duma espada, mas a língua dos sábios é uma cura” (versículo 18). A abundância de palavras impensadas ou desajeitadas pode magoar o interlocutor, enquanto quem é cuidadoso pode encorajar uma pessoa desanimada.


“A ansiedade no coração do homem é o que o fará curvar-se, mas a boa palavra é o que o alegra” (versículo 25). A metáfora da curvatura do coração pode significar uma expressão de tristeza ou melancolia, que se vê no rosto.


“A indolência não espantará os animais de caça para a pessoa, mas o diligente é a abastança preciosa do homem” (versículo 27).


Provérbios capítulo 13:


“O filho é sábio quando há disciplina da parte do pai, mas é o zombador quem não deu ouvidos à censura” (versículo 1).


"Quem resguarda a sua boca guarda a sua alma. Quem abre bem os seus lábios — terá a ruína" (versículo 3). "Guardar a sua alma" pode significar salvar a vida, enquanto a "ruína" pode significar perder a vida por causa de palavras impensadas.


“Há aquele que pretende ser rico, no entanto, não tem absolutamente nada; há aquele que pretende ser de poucos meios, no entanto, tem muitas coisas valiosas” (versículo 7).


“Pela presunção só se causa rixa, mas há sabedoria com os que se consultam mutuamente” (versículo 10). A presunção em questão parece ilustrar o fato de que uma pessoa que não que ouvir o ponto de vista dos outros acaba por ter problemas sérios de relacionamento. A deliberação parece ilustrar a pessoa que escuta o ponto de vista dos outros junto com um desejo de fazer concessões mútuas.


“A expectativa adiada faz adoecer o coração, mas a coisa desejada, quando vem, é árvore de vi” (versículo 12).


“Quem refreia a sua vara odeia seu filho, mas aquele que o ama está à procura dele com disciplina” (versículo 24). A vara é o símbolo da disciplina (isso não deve ser necessariamente interpretado no sentido de castigo corporal). A disciplina é uma expressão do amor do pai para com o filho, enquanto a permissividade é o desdém para com o filho que fica espiritualmente abandonado a si mesmo, sem orientação espiritual.


Provérbios capítulo 14:


“A mulher realmente sábia edificou a sua casa, mas a tola a derruba com as suas próprias mãos” (versículo 1).


“Tolos são os que caçoam da culpa, mas há acordo entre os retos” (versículo 9).


“Qualquer inexperiente põe fé em cada palavra, mas o argucioso considera os seus passos” (versículo 15). É um incentivo para verificar as informações que recebemos e analisá-las para ver se são confiáveis. É importante ter um espírito crítico, ou seja, dar um passo atrás para melhor examinar os contornos e ter uma visão global, por exemplo as razões pelas quais nos deram esta informação (verdadeira ou falsa)…


“Quem prontamente se irar cometerá tolice, mas o homem de raciocínios é odiado” (versículo 17).


“Aquele que é de poucos meios é objeto de ódio mesmo para o seu próximo, porém, muitos são os amigos do rico” (versículo 20).


“Quem é vagaroso em irar-se é abundante em discernimento, mas aquele que é impaciente exalta a tolice” (versículo 29).


“O coração calmo é a vida do organismo carnal, mas o ciúme é podridão para os ossos” (versículo 30).


Provérbios capítulo 15:


“Uma resposta, quando branda, faz recuar o furor, mas a palavra que causa dor faz subir a ira” (versículo 1).


“Os olhos de Jeová estão em todo lugar, vigiando os maus e os bons” (versículo 3).


“Melhor um prato de verduras onde há amor, do que um touro cevado e com ele ódio” (versículo 17).


“O homem enfurecido suscita contenda, mas aquele que é vagaroso em irar-se sossega a altercação” (versículo 18).


“O caminho do preguiçoso é como uma sebe de sarça, mas a vereda dos retos é um caminho aterrado” (versículo 19).


“Há frustração de planos quando não há palestra confidencial, mas na multidão de conselheiros há consecução” (versículo 22).


“O homem tem alegria na resposta da sua boca, e uma palavra no tempo certo, oh! quão boa ela é!” (versículo 23). Embora seja óbvio que temos de pesar as nossas palavras, devemos também discernir o momento apropriado para as dizer.


“O coração do justo medita a fim de responder, mas a boca dos iníquos borbulha com coisas más” (versículo 28).


“Jeová está longe dos iníquos, mas ouve a oração dos justos” (versículo 29).


“A luminosidade dos olhos alegra o coração; uma notícia boa engorda os ossos” (versículo 30). Os sentimentos podem afetar o nosso corpo para o bem ou para o mal (nesse caso, o efeito é benéfico (engorda os ossos); ver Provérbios 17:22).


“O temor de Jeová é uma disciplina para a sabedoria, e antes da glória há humildade” (versículo 33).


Provérbios capítulo 16:


"Rola os teus trabalhos sobre o próprio Jeová e os teus planos ficarão firmemente estabelecidos" (versículo 3).


"Quando Jeová tem prazer nos caminhos de um homem, faz que até os seus próprios inimigos estejam em paz com ele" (versículo 7).


"O coração do homem terreno talvez conceba o seu caminho, mas é o próprio Jeová quem dirige os seus passos" (versículo 9).


"O orgulho vem antes da derrocada e o espírito soberbo antes do tropeço" (versículo 18).

"Há um caminho que é reto diante do homem, mas o fim posterior dele são os caminhos da morte" (versículo 25). Não é aconselhável confiar sistematicamente no seu próprio ponto de vista.


"O homem de intrigas continua a criar contenda e o caluniador separa os que estão familiarizados uns com os outros" (versículo 28).


"As cãs são uma coroa de beleza quando se acham no caminho da justiça" (versículo 31).


"Melhor é o vagaroso em irar-se do que o homem poderoso, e aquele que controla seu espírito, do que aquele que captura uma cidade" (versículo 32).


Provérbios capítulo 17:


“Melhor um pedaço de pão seco com tranqüilidade, do que uma casa cheia dos sacrifícios da altercação” (versículo 1).


“O cadinho de refinação é para a prata e o forno de fundição para o ouro, mas Jeová é o examinador dos corações” (versículo 3).


“Quem encobre uma transgressão está procurando amor, e aquele que continua falando sobre um assunto separa os que estão familiarizados uns com os outros” (versículo 9).


“O princípio da contenda é como alguém deixando sair águas; portanto, retira-te antes de estourar a altercação” (versículo 14).


“O verdadeiro companheiro está amando todo o tempo e é um irmão nascido para quando há aflição” (versículo 17).


“O coração alegre faz bem como o que cura, mas o espírito abatido resseca os ossos” (versículo 22; ver Provérbios 15:30).


“Quem refreia as suas declarações é possuído de conhecimento e o homem de discernimento é de espírito frio” (versículo 27).


Provérbios capítulo 18:


"Quem se isola procurará o seu próprio desejo egoísta; estourará contra toda a sabedoria prática" (versículo 1).


"As palavras do caluniador são como coisas que se engolem avidamente, que descem até as partes mais íntimas do ventre" (versículo 8).


"O nome de Jeová é uma torre forte. O justo corre para dentro dela e recebe proteção" (versículo 10).


"Quando alguém replica a um assunto antes de ouvi-lo, é tolice da sua parte e uma humilhação" (versículo 13).


"Um irmão contra quem se transgride é mais do que uma vila fortificada; e há contendas que são como a tranca duma torre de habitação" (versículo 19).


"Achou alguém uma boa esposa? Achou uma coisa boa e obtém boa vontade da parte de Jeová" (versículo 22).


Provérbios capítulo 19:


“É a tolice do homem terreno que deturpa seu caminho, e por isso seu coração fica furioso com o próprio Jeová” (versículo 3).


“A perspicácia do homem certamente torna mais vagarosa a sua ira, e é beleza da sua parte passar por alto a transgressão” (versículo 11).


“O filho estúpido significa adversidades para seu pai e as contendas duma esposa são como a goteira do telhado, que afugenta” (versículo 13).


“A herança da parte dos pais é uma casa e abastança, mas a esposa discreta é da parte de Jeová” (versículo 14).


“Aquele que mostra favor ao de condição humilde está emprestando a Jeová, e Ele lhe retribuirá o seu tratamento" (versículo 17).


“Muitos são os planos no coração do homem, mas é o conselho de Jeová que ficará de pé” (versículo 21).


Provérbios capítulo 20:


“O vinho é zombador, a bebida inebriante é turbulenta, e quem se perde por ele não é sábio” (versículo 1). A Bíblia não proíbe beber vinho, proíbe a embriaguez.


“O conselho no coração dum homem é como águas profundas, mas o homem de discernimento é quem o puxará para fora” (versículo 5). O homem perspicaz que sabe ouvir consegue discernir os pensamentos profundos do seu interlocutor.


“Não digas: “Vou retribuir o mal!” Espera em Jeová, e ele te salvará” (versículo 22).


Provérbios Capítulo 21:


"Todo caminho do homem é reto aos seus próprios olhos, mas Jeová faz a avaliação dos corações" (versículo 2). Qualquer que seja a idéia que temos de nós mesmos, o que importa é a idéia que Deus tem de nós (Romanos 12:19).


"Melhor é morar num canto do terraço, do que com uma esposa contenciosa, embora numa casa em comum" (versículo 9).


"Quanto àquele que tapa seu ouvido contra o clamor queixoso do de condição humilde, ele mesmo também clamará e não se lhe responderá" (versículo 13).


"Aquele que ama a hilaridade será alguém em necessidade; quem ama o vinho e o azeite não enriquecerá" (versículo 17). Basear principalmente sua vida em prazer é espiritualmente destrutivo ("Amarão os prazeres em vez de a Deus " (2 Timóteo 3:1-5)).


"O iníquo é resgate para o justo; e quem age traiçoeiramente toma o lugar dos retos" (versículo 18 (Provérbios 11:8)).


"Fanfarrão presunçoso, pretensioso, é o nome daquele que age numa fúria de presunção" (versículo 24).


Provérbios Capítulo 22:


"Deve-se escolher antes um nome do que riquezas abundantes; o favor é melhor do que mesmo a prata e o ouro" (versículo 1). Na Bíblia, o nome está associado à reputação, bom ou ruim, diante de Deus e dos homens (Eclesiastes 7: 1).


"Argucioso é aquele que tem visto a calamidade e passa a esconder-se, mas os inexperientes passaram adiante e terão de sofrer a penalidade" (versículo 3). É estúpido arriscar a vida de maneira desnecessária, com um perigo para perder a vida ou ficar gravemente ferido, não levando em consideração os avisos (ou praticando esportes perigosos).


"O resultado da humildade e do temor de Jeová é riquezas, e glória, e vida" (versículo 4). Jeová Deus concederá glória aos humildes (Lucas 14:11).


"Educa o rapaz segundo o caminho que é para ele; mesmo quando envelhecer não se desviará dele" (versículo 6).


"Quem é bondoso de olho será abençoado, porque deu do seu alimento ao de condição humilde" (versículo 9; veja a lista de boas ações em Mateus 25:31-46)).


"Não roubes ao de condição humilde por ele ser de condição humilde e não esmigalhes o atribulado no portão. Porque o próprio Jeová pleiteará a sua causa e certamente roubará a alma dos que os roubam" (versículos 22,23 ).


"Não tenhas companheirismo com alguém dado à ira; e não deves entrar com o homem que tem acessos de furor, para não te familiarizares com as suas veredas e certamente tomares um laço para a tua alma" (versículos 24,25 ). Poderíamos ter como companheiros pessoas violentas olhando filmes e séries de televisão violentas, tendo para "heróis" pessoas que resolvem seus problemas com violência e brutalidade, o que poderia ter uma má influência em nosso comportamento e nossa maneira de pensar.


"Observaste o homem que é destro na sua obra? É perante reis que ele se postará; não se postará diante de homens comuns" (versículo 29).


Provérbios capítulo 23:


"Não labutes para enriquecer. Deixa da tua própria compreensão. Fizeste teus olhos relanceá-la sendo que ela não é nada? Pois, sem falta fará para si asas como as da águia e sairá voando em direção aos céus" (versículos 4,5; Mateus 6:24; 1 Timóteo 6:9,10).


"Não te alimentes do alimento de alguém de olho não generoso, nem te mostres almejante dos seus pratos gostosos. Pois ele é como alguém que estava calculando na sua alma. “Come e bebe”, ele te diz, mas o seu coração mesmo não está contigo. Vomitarás o teu bocado que comeste e terás desperdiçado as tuas palavras agradáveis" (versículos 6-8). Há pessoas que, com o pretexto de nos fazer um favor, ao convidar para uma refeição ou nos prestar um serviço, e que certifiquem-se de que, mais tarde, serão reembolsadas, ​​com um preço alto. Como está escrito neste provérbio, com esta refeição de convite interessado, essa pessoa o fará "vomitar" em troca, esta refeição.


"Não fales aos ouvidos de alguém estúpido, porque ele desprezará as tuas palavras dis" (versículo 9).


"Não venhas a ficar entre os beberrões de vinho, entre os que são comilões de carne. Porque o beberrão e o glutão ficarão pobres, e a sonolência vestirá a pessoa de meros trapos" (versículos 20,21).

"Filho meu, dá-me deveras teu coração, e agradem-se estes olhos teus dos meus próprios caminhos. Pois a prostituta é uma cova funda e a mulher estrangeira é um poço estreito. Ela, igual a um assaltante, seguramente está de tocaia; e ela incrementa entre os homens os traiçoeiros" (versículos 26-28). Os traidores são os homens infiéis ​​em relação à sua promessa feita durante o casamento, uma traição para a esposa (Malaquias 2:13,14).


"Quem tem ais? Quem tem apreensão? Quem tem contendas? Quem tem preocupação? Quem tem ferimentos sem razão alguma? Quem tem embaciamento dos olhos? Os que ficam muito tempo com o vinho, os que entram para descobrir vinho misturado. Não olhes para o vinho quando apresenta uma cor vermelha, quando está cintilando no copo, quando escorre suavemente. No seu fim morde igual a uma serpente e segrega veneno igual a uma víbora. Teus próprios olhos verão coisas estranhas e teu próprio coração falará coisas perversas. E hás de tornar-te como quem se deita no coração do mar, sim, como quem se deita no topo de um mastro. “Golpearam-me, mas não adoeci; surraram-me, mas eu não o sabia. Quando é que acordarei? Eu o procurarei ainda mais"" (versículos 29-35). Esta é a descrição do espetáculo lamentável de um bêbado, um homem num estado de embriaguez.


Provérbios capítulo 24:


"Livra os que estão sendo levados para a morte; e os que cambaleiam para a chacina, oh! que tu os refreies! Caso digas: “Eis que não sabíamos disso”, não o discernirá aquele que avalia os corações, e não o saberá aquele que observa a tua alma e não pagará de volta ao homem terreno segundo a sua atuação?" (Versículos 11,12). Quando uma pessoa está em perigo de morte e somos capazes de salvar a sua vida, devemos absolutamente agir. Alguns poderiam desviar o olhar e depois dizer hipocritamente "Eis que não sabíamos disso". No entanto, Deus sabe tudo e vê tudo. Se essa não-assistência a uma pessoa em perigo tiverem resultado em ferimentos graves, até a morte da vítima, para Deus, essa pessoa que desviou os olhos, terá uma culpa de sangue com a sanção divina a seguir (provérbios 2:22).


"Pois o justo talvez caia até mesmo sete vezes, e ele se há de levantar; mas aos iníquos se fará tropeçar pela calamidade" (versículo 16). No atual sistema de coisas, Deus não impede que o justo tropeça, e sofre as consequências. No entanto, qualquer que seja o número de vezes que o justo tropeça e sofra, Deus sempre estará lá para apoiá-lo e garantir que ele vai se levantar. Quanto aos maus, o dia da sua queda, será definitiva para eles.


"Quando teu inimigo cai, não te alegres; e quando se faz que tropece, não jubile teu coração, para que Jeová não o veja e seja mau aos seus olhos, e ele certamente faça recuar sua ira contra ele" (versículos 17,18; Mateus 5:43-48).


"Quem disser ao iníquo: “Tu és justo”, a este os povos maldirão, grupos nacionais o verberarão. Mas, para os que o repreendem será agradável, e sobre estes virá a bênção de bem. Lábios beijará aquele que replicar de maneira direta" (versículos 24-26; Isaías 5:20).


Provérbios capítulo 25:


"A glória de Deus é manter um assunto em segredo, e a glória dos reis é esquadrinhar um assunto (versículo 2). Glória significa uma prestigiada posição de autoridade, neste caso, para revelar ou não revelar um segredo, deliberar para uma decisão importante.


"Não te honres a ti mesmo diante do rei e não te postes no lugar dos grandes. Pois é melhor que ele te diga: “Sobe para cá”, do que seres por ele rebaixado diante de um nobre a quem teus olhos viram" (versículos 6,7; Lucas 14:7-11).


"Como maçãs de ouro em esculturas de prata é a palavra falada no tempo certo para ela" (versículo 11). Uma boa comunicação requer a escolha das palavras e o momento certo para dizê-las.


"Arrecada de ouro e ornamento de ouro especial é o sábio repreendedor sobre o ouvido atento" (versículo 12).


"Pela paciência se induz ao comandante, e a própria língua suave pode quebrar um osso" (versículo 15).


"Achaste mel? Come o que for suficiente para ti, a fim de que não tomes demais e tenhas de vomitá-lo" (versículo 16).


"Faze raro o teu pé na casa do teu próximo, para que não se farte de ti e certamente te odeie" (versículo 17).


"Como dente quebrado e pé vacilante é a confiança naquele que se mostra traiçoeiro no dia da aflição" (versículo 19).


"Se aquele que te odeia tiver fome, dá-lhe pão para comer; e se ele tiver sede, dá-lhe água para beber. Porque juntarás brasas sobre a sua cabeça, e o próprio Jeová te recompensará" (versículos 21,22).


"O vento do norte produz um aguaceiro como que com dores de parto; e a língua revelando um segredo, uma face verberada" (versículo 23; Provérbios 11:13).


"Como uma cidade arrombada, sem muralha, é o homem que não domina seu espírito" (versículo 28).

Provérbios capítulo 26:


"Assim como o pássaro tem razão para fugir e assim como a andorinha tem para voar, assim a invocação do mal não vem sem causa real" (versículo 2).


"Não respondas ao estúpido segundo a sua tolice, para que tu mesmo não te tornes igual a ele. Responde ao estúpido segundo a sua tolice, para que não se torne alguém sábio aos seus próprios olhos" (versículos 4,5). O versículo 4, é uma tese que deixa claro que, em certas situações, é aconselhável não responder a um homem estúpido, a fim de evitar a armadilha de desacreditar-se, abaixando-se no seu nível de estupidez (Provérbios 9:7,8). O versículo 5 é uma antítese, que mostra que, num contexto completamente diferente, temos o dever de responder ao estúpido, a fim de colocar na sua frente a sua própria tolice. É o discernimento que torna possível entender a boa resposta a uma situação ou a uma pergunta específica (Hebreus 5:14).

"Igual ao cão que volta ao seu vômito, o estúpido repete a sua tolice" (versículo 11).


"A porta gira nos seus gonzos e o preguiçoso no seu leito" (versículo 14).


"Como alguém que agarra as orelhas de um cão é aquele que, estando de passagem, fica furioso com uma altercação que não é dele" (versículo 17).


"O odiador faz-se irreconhecível com os seus lábios, mas para dentro de si põe o engano. Embora ele faça a sua voz graciosa, não lhe acredites, pois há sete coisas detestáveis no seu coração. O ódio está encoberto pelo engano. Sua maldade será descoberta na congregação"(versículos 24-26; Provérbios 6:16-19).


Provérbios capítulo 27:


"Não te jactes do dia seguinte, pois não sabes o que o dia dará à luz" (versículo 1; Tiago 4:13-16).


"Louve-te o estranho e não a tua própria boca; faça-o o estrangeiro e não os teus próprios lábios" (versículo 2).


"Melhor a repreensão revelada do que o amor escondido" (versículo 5).


"Melhor o vizinho que está perto do que um irmão que está longe" (versículo 10).


"Sê sábio, filho meu, e alegra meu coração, para que eu possa replicar àquele que me escarnece" (versículo 11).


"O argucioso que viu a calamidade foi esconder-se; os inexperientes que passaram adiante sofreram a penalidade" (versículo 12; Provérbios 22: 3)).


"O ferro se aguça com o próprio ferro. Assim um homem aguça a face de outro" (versículo 17).

"Ainda que triturasses o tolo com o pilão no almofariz, no meio de grãos pilados, não se afastaria dele a sua tolice" (versículo 22).


"Devias conhecer positivamente a aparência do teu rebanho. Fixa teu coração nas tuas greis" (versículo 23).


Provérbios capítulo 28:


"Melhor é o de poucos meios que anda na sua integridade, do que o pervertido nos seus caminhos, embora seja rico" (versículo 6).


"Quem desvia seu ouvido de ouvir a lei — até mesmo sua oração é algo detestável" (versículo 9).


"Quem encobre as suas transgressões não será bem sucedido, mas, ter-se-á misericórdia com aquele que [as] confessa e abandona" (versículo 13).


"Quem repreende a um homem achará depois mais favor do que aquele que lisonjeia com a sua língua" (versículo 23).


"Quem rouba seu pai e sua mãe, e diz: “Não é transgressão”, é sócio do homem que causa ruína" (versículo 24; Mateus 15:3-6).


"Quem confia no seu próprio coração é estúpido, mas aquele que anda em sabedoria é o que escapará" (versículo 26).


"Quem dá àquele de poucos meios não terá carência, mas aquele que oculta os seus olhos receberá muitas maldições" (versículo 27).


Provérbios capítulo 29:


"O varão vigoroso que lisonjeia seu companheiro apenas está estendendo uma rede aos seus passos" (versículo 5).


"Todo o seu espírito é o que o estúpido deixa sair, mas aquele que é sábio o mantém calmo até o último" (versículo 11).


"A vara e a repreensão é que dão sabedoria; mas, o rapaz deixado solto causará vergonha à sua mãe" (versículo 15).


"Observaste o homem que é precipitado nas suas palavras? Há mais esperança para o estúpido do que para ele" (versículo 20).


"Se alguém está mimando o seu servo desde a infância, este se tornará posteriormente na vida até mesmo um ingrato" (versículo 21).


"Tremer diante de homens é o que arma um laço, mas quem confia em Jeová será protegido" (versículo 25).


Provérbios capítulo 30:


"Toda declaração de Deus é refinada. Ele é escudo para os que se refugiam nele. 6 Não acrescentes nada às suas palavras, para que não te repreenda e para que não venhas a ser mostrado mentiroso" (versículos 5,6).


"Duas coisas te pedi. Não mas negues antes de eu morrer. Afasta para longe de mim a inveracidade e a palavra mentirosa. Não me dês nem pobreza nem riquezas. Devore eu o alimento que me é prescrito, para que eu não me farte e realmente te renegue, e diga: “Quem é Jeová?” e para que eu não fique pobre e realmente furte, e ataque o nome de meu Deus" (versículos 7-9).


"As sanguessugas têm duas filhas [que clamam]: “Dá! Dá!” Há três coisas que não se fartam, quatro que não disseram: “Basta!” O Seol e a madre impedida, a terra que não se saciou de água e o fogo que não disse: “Basta!”" (Versículos 15,16).


"Há três coisas que se mostraram maravilhosas demais para mim e quatro que não vim a conhecer: o caminho da águia nos céus, o caminho da serpente sobre uma rocha, o caminho do navio no coração do mar e o caminho do varão vigoroso com a donzela" (versículos 18,19).

"Há quatro coisas que são as menores da terra, mas são instintivamente sábias: as formigas não são um povo forte, no entanto, preparam seu alimento no verão; os procávias não são um povo potente, no entanto, é sobre o rochedo que eles põem a sua casa; os gafanhotos não têm rei, no entanto, todos eles saem divididos em grupos; o geco de muro pega com as suas próprias mãos e está no grandioso palácio do rei" (versículos 24-28; Provérbios 6:6-11).

"Há três que procedem bem nas suas passadas e quatro que procedem bem no seu avanço: o leão, que é o mais poderoso entre os animais e que não recua diante de ninguém; o galgo ou o cabrito, e o rei de um destacamento de soldados do seu próprio povo" (versículos 29-31).


Provérbios capítulo 31: A esposa capaz.


"Uma esposa capaz, quem a pode achar? Seu valor é muito maior do que o de corais" (versículo 10).


"Nela confia o coração do seu dono, e não há falta de lucro" (versículo 11). Há uma relação de confiança entre o marido e sua esposa capaz.


"Ela o recompensou com o bem e não com o mal, todos os dias da sua vida" (versículo 12). Ela age para o bem do marido e dos seus filhos.


"Ela tem buscado lã e linho, e trabalha em que for do agrado das suas mãos" (versículo 13, veja também versículos 14,15,17,19,21,22,27). Ela é trabalhadora para fornecer as necessidades para à casa com seu marido.


"Ela cogitou um campo e passou a obtê-lo; dos frutos das suas mãos ela plantou um vinhedo" (versículos 16,18,24). Ela faz negócios e faz aumentar os bens do lar.


"Ela estendeu a palma da sua mão ao atribulado e estendeu as suas mãos ao pobre" (versículo 20). Ela é hospitaleira, fazendo o bem àqueles que são estrangeiros para sua casa.


"Seu dono é alguém conhecido nos portões, quando se assenta com os anciãos do país" (versículo 23). A boa reputação de sua esposa permite que o marido seja um dos sábios que deliberam nos portões da cidade (ver 1 Coríntios 11:7; 1 Timóteo 3:5).


"Abriu a sua boca em sabedoria e a lei da benevolência está sobre a sua língua" (versículo 26). Ela é conhecida por sua sabedoria e bondade de coração.


"Seus filhos se levantaram e passaram a chamá-la feliz; seu dono [se levanta] e a louva" (versículo 28). Seu marido e seus filhos ficam orgulhosos dela.


"O encanto talvez seja falso e a lindeza talvez seja vã; mas a mulher que teme a Jeová é a que procura louvor para si" (versículo 30).


***

Meditação no livro O Cântico de Salomão


Este é o relato emocionante da expressão dos sentimentos românticos duma jovem para um pastor, a Sulamita da cidade de Suném. No entanto, enquanto Salomão está passando por essa região, ele vê a beleza da donzela. Ele a convida para seu acampamento, na companhia das damas da corte, a fim de cortejá-la. E então ele a leva para Jerusalém, longe daquele que ela ama, seu amado pastor. Neste Cântico, nem sempre é fácil determinar quem intervém. É o que é dito, que permite saber quem está a expressar-se. Nas diferentes situações, as personagens serão mencionadas antes.


A Sulamita está no acampamento de Salomão, na companhia das Damas da corte. O rei Salomão pela primeira vez corteja a Sulamita. No entanto, fica claro que os pensamentos da Sulamita vão para seu humilde pastor, seu amado:


"O cântico superlativo, que é de Salomão: 2 “Beije-me ele com os beijos da sua boca, porque as tuas expressões de afeto são melhores do que o vinho. 3 Teus óleos são bons em fragrância. Teu nome é como um óleo que se despeja. Por isso é que te amaram as próprias donzelas. 4 Puxa-me contigo; corramos. O rei me introduziu nos seus quartos interiores! Jubilemos e nos alegremos em ti. Mencionemos as tuas expressões de afeto mais do que o vinho. Amaram-te merecidamente.

5 “Sou uma moça preta, mas linda, ó filhas de Jerusalém, como as tendas de Quedar, contudo, como os panos de tenda de Salomão. 6 Não olheis para mim, porque sou trigueira, pois o sol me avistou. Os filhos de minha própria mãe zangaram-se comigo; designaram-me guardiã dos vinhedos, embora eu não guardasse o meu vinhedo, aquele que era meu.

7 “Conta-me, ó tu a quem a minha alma tem amado, onde pastoreias, onde fazes o rebanho deitar-se ao meio-dia. Por que é que eu me devia tornar igual a uma mulher que se cobre de luto, entre as greis dos teus associados?”

8 “Se tu mesma não sabes, ó mais bela entre as mulheres, sai tu mesma nas pegadas do rebanho e apascenta tuas cabritinhas junto aos tabernáculos dos pastores.”

9 “Comparei-te a uma égua minha nos carros de Faraó, ó companheira minha. 10 Lindas são as tuas faces entre as tranças de cabelo, teu pescoço num colar de contas. 11 Nós te faremos argolinhas de ouro, junto com botõezinhos de prata.”

12 “Enquanto o rei está à sua mesa redonda, meu próprio nardo está dando a sua fragrância. 13 Como bolsa de mirra é para mim o meu querido; passará a noite entre os meus peitos. 14 Como cacho de hena é para mim o meu querido, entre os vinhedos de En-Gedi" (O Cântico de Salomão 1:1-14).


Aprendemos que a Sulamita tem a tez morena, o que intriga as damas da corte: "Sou uma moça preta, mas linda, ó filhas de Jerusalém, como as tendas de Quedar, contudo, como os panos de tenda de Salomão. 6 Não olheis para mim, porque sou trigueira, pois o sol me avistou. Os filhos de minha própria mãe zangaram-se comigo; designaram-me guardiã dos vinhedos, embora eu não guardasse o meu vinhedo, aquele que era meu" (versículos 5 e 6 ). O rei Salomão corteja a Sulamita: "Comparei-te a uma égua minha nos carros de Faraó, ó companheira minha. Lindas são as tuas faces entre as tranças de cabelo, teu pescoço num colar de contas. Nós te faremos argolinhas de ouro, junto com botõezinhos de prata" (versículos 9-11).


O pastor consegue entrar no acampamento de Salomão para ver a sua amada, a Sulamita, a fim de expressar seus sentimentos românticos. Desta vez, a Sulamita lhe responde, descrevendo-se como um simples açafrão e um simples lírio:


"Eis que és bela, ó companheira minha! Eis que és bela! Teus olhos são [os das] pombas.”

16 “Eis que és belo, meu querido, também agradável. Também, o nosso divã é de folhagem. 17 As vigas de nossa grandiosa casa são cedros, nossos caibros são juníperos.

2 “Sou apenas um açafrão da planície costeira, um lírio das baixadas.”

2 “Como o lírio entre as plantas espinhosas, assim é minha companheira entre as filhas" (O Cântico de Salomão 1:15-2:2).


Após a partida do seu amado, a Sulamita expressa a sua melancolia e a sua tristeza:


"Como a macieira entre as árvores da floresta, assim é meu querido entre os filhos. Desejei apaixonadamente a sua sombra, e ali me sentei, e seu fruto tem sido doce para o meu paladar. 4 Ele me introduziu na casa de vinho e seu estandarte sobre mim era o amor. 5 Revigorai-me com bolos de passas, sustentai-me com maçãs; pois estou desfalecendo de amor. 6 Sua esquerda está sob a minha cabeça; e sua direita — ela me abraça. 7 Eu vos pus sob juramento, ó filhas de Jerusalém, pelas fêmeas das gazelas ou pelas corças do campo, que não tenteis despertar nem incitar [em mim] amor, até que [este] esteja disposto.

8 “O som do meu querido! Eis que este está chegando, escalando os montes, saltando sobre os morros. 9 Meu querido se parece a uma gazela ou à cria dos veados. Eis que este está de pé atrás da nossa parede, espreitando pelas janelas, espiando pelas rótulas. 10 Meu querido respondeu e me disse: ‘Levanta-te, companheira minha, minha bela, e vem. 11 Pois eis que passou a própria estação chuvosa, acabou o próprio aguaceiro, ele se foi. 12 As próprias flores apareceram na terra, chegou o próprio tempo da poda das vides e ouviu-se a voz da própria rola em nossa terra. 13 Quanto à figueira, atingiu a cor madura para os seus figos temporãos; e as videiras estão em flor, têm dado a [sua] fragrância. Levanta-te, vem, ó companheira minha, minha bela, e vem. 14 Ó minha pomba, nos retiros do rochedo, no esconderijo do caminho escarpado, mostra-me a tua forma, deixa-me ouvir a tua voz, pois a tua voz é agradável e a tua forma é linda.’”

15 “Segurai para nós as raposas, as pequenas raposas que estragam os vinhedos, visto que os nossos vinhedos estão em flor.”

16 “Meu querido é meu e eu sou dele. Ele pastoreia entre os lírios. 17 Até a aragem do dia e até que tenham fugido as sombras, volta-te, ó meu querido; sê semelhante à gazela ou à cria dos veados sobre os montes de separação.

3 “Na minha cama, durante as noites, tenho procurado aquele a quem minha alma tem amado. Procurei-o, mas não o achei. 2 Deixa-me levantar-me, por favor, e fazer a ronda da cidade; procure eu nas ruas e nas praças públicas aquele a quem a minha alma tem amado. Procurei-o, mas não o achei. 3 Acharam-me os vigias que faziam a ronda da cidade: ‘Vistes aquele a quem a minha alma tem amado?’ 4 Assim que passei deles adiante, achei aquele a quem a minha alma tem amado. Segurei-o e não o larguei, até que o fiz entrar na casa de minha mãe e no quarto interior daquela que esteve grávida de mim. 5 Eu vos pus sob juramento, ó filhas de Jerusalém, pelas fêmeas das gazelas ou pelas corças do campo, que não tenteis despertar nem incitar em mim amor, até que este esteja dis" (O Cântico de Salomão 2:3-3:5).


Enquanto a Sulamita não pode sair do acampamento de Salomão, durante seus momentos de tristeza, longe daquele que ama, ela se lembra dos bons momentos passados ​​com seu pastor, sob o olhar desconfiado dos seus irmãos, os guardas da sua irmã. Finalmente, a Sulamita é trazida para Jerusalém, para o palácio do rei Salomão. No entanto, seu pastor também vai para Jerusalém, desse modo ele poderá vê-la, para expressar seu amor:


"Que é isto que está subindo do ermo como colunas de fumaça, perfumado com mirra e olíbano, sim, com toda sorte de talco cheiroso de negociante?”

7 “Eis que é o seu leito, aquele que pertence a Salomão. Em volta dele há sessenta homens poderosos dos poderosos de Israel, 8 todos eles de posse duma espada, treinados na guerra, cada um com a sua espada sobre a sua coxa por causa do pavor durante as noites.”

9 “É a liteira que o Rei Salomão fez para si das árvores do Líbano. 10 Suas colunas ele fez de prata, seus suportes, de ouro. Seu assento é de lã tingida de roxo, seu interior foi amorosamente aprestado pelas filhas de Jerusalém.”

11 “Saí e vede, ó filhas de Sião, o Rei Salomão com a grinalda que sua mãe lhe teceu no dia de seu casamento e no dia da alegria de seu coração.”

4 “Eis que és bela, ó companheira minha. Eis que és bela. Teus olhos são [os das] pombas, atrás do teu véu. Teu cabelo é como uma grei de caprídeos que desceram pulando da região montanhosa de Gileade. 2 Teus dentes são como uma grei de [ovelhas] recém-tosquiadas que subiram da lavagem, todas elas tendo gêmeos, nenhuma dentre elas tendo perdido a sua cria. 3 Teus lábios são como fio escarlate e tua fala é deleitável. Como fatia de romã são as tuas têmporas atrás do teu véu. 4 Teu pescoço é como a torre de Davi, construída em camadas de pedras, em que se penduram mil escudos, todos os escudos redondos dos poderosos. 5 Teus dois peitos são como duas crias, gêmeas duma fêmea de gazela, que pastam entre os lírios.”

6 “Até a aragem do dia e até que tenham fugido as sombras seguirei meu caminho ao monte de mirra e ao morro de olíbano.”

7 “Tu és inteiramente bela, ó companheira minha, e não há defeito em ti. 8 Que venhas comigo do Líbano, ó noiva, [que venhas] comigo do Líbano. Que desças do cume do Antilíbano, do cume de Senir, sim, do Hermom, das guaridas dos leões, das montanhas dos leopardos. 9 Fizeste meu coração palpitar, minha irmã, noiva [minha], fizeste meu coração palpitar com um só dos teus olhos, com um só pendente do teu colar. 10 Quão belas são as tuas expressões de afeto, minha irmã, noiva [minha]! Quanto melhores são as tuas expressões de afeto do que o vinho, e a fragrância dos teus óleos do que toda sorte de perfume! 11 Teus lábios estão gotejando mel de favo, noiva [minha]. Mel e leite estão debaixo da tua língua, e a fragrância dos teus mantos é como a fragrância do Líbano. 12 Um jardim trancado é minha irmã, [minha] noiva, um jardim trancado, manancial selado. 13 Tua pele é um paraíso de romãs, com as frutas mais seletas, plantas de hena junto com plantas de nardo; 14 nardo e açafrão, cálamo e canela, junto com toda sorte de árvores de olíbano, mirra e aloés, junto com todos os perfumes mais finos; 15 e manancial de jardins, poço de água fresca e regatos do Líbano. 16 Desperta, ó vento do norte, e entra, ó vento do sul. Bufa sobre o meu jardim. Escorram em filetes os seus perfumes.”

“Entre meu querido no seu jardim e coma dos seus frutos seletos.”

5 “Entrei no meu jardim, ó minha irmã, noiva minha. Já colhi a minha mirra junto com a minha especiaria. Comi o meu favo de mel junto com o meu mel; bebi o meu vinho junto com o meu leite. Comei, companheiros! Bebei e embriagai-vos com expressões de afeto!" (O Cântico de Salomão 3:6-5:1).


Há a descrição da entrada majestosa do rei Salomão em Jerusalém (3:6-11). O pastor consegue se juntar à sua amada, a Sulamita e poeticamente lhe expressar seu amor, prestando homenagem à sua beleza, mas também à sua castidade e sua fidelidade (4:12). Ambos expressam seus sentimentos de amor e carinho (4:7-5:1). Aqui está o relato do sonho da Sulamita:


"Estou adormecida, mas o meu coração está desperto. Há o som de meu querido batendo!”

“Abre-me, ó minha irmã, minha companheira, minha pomba, minha inculpe! Pois a minha cabeça está cheia de orvalho, os cachos de meu cabelo, das gotas da noite.”

3 “‘Tirei a minha veste comprida. Como é que a posso vestir outra vez? Lavei os pés. Como é que os posso sujar?’ 4 Meu querido é que retirou a sua mão do buraco [da porta], e minhas entranhas ficaram alvoroçadas no meu íntimo. 5 Levantei-me, sim, eu, para abrir a meu querido, e minhas próprias mãos gotejaram mirra, e meus dedos, mirra líquida sobre as concavidades do fecho. 6 Abri, sim, eu, ao meu querido, mas o meu querido é que se tinha afastado, tinha passado adiante. Minha própria alma saíra [de mim] quando ele falou. Procurei-o, mas não o achei. Chamei-o, mas ele não me respondeu. 7 Acharam-me os vigias que faziam a ronda da cidade. Golpearam-me, feriram-me. Os vigias das muralhas levantaram a minha manta larga de cima de mim.

8 “Eu vos pus sob juramento, ó filhas de Jerusalém, que, se achardes o meu querido, deveis informá-lo de que desfaleço de amor.”

9 “Como é que o teu querido é mais do que qualquer outro querido, ó mais bela entre as mulheres? Como é que o teu querido é mais do que qualquer outro querido, que nos puseste sob tal juramento?”

10 “Meu querido é deslumbrante e corado, o mais conspícuo de dez mil. 11 Sua cabeça é ouro, ouro refinado. Os cachos de seu cabelo são cachos de tâmaras. Seu [cabelo] preto é como o corvo. 12 Seus olhos são como pombas junto aos regos de água, banhando-se em leite, assentados dentro dos aros. 13 Suas faces são como canteiro de especiarias, torres de ervas aromáticas. Seus lábios são lírios, gotejando mirra líquida. 14 Suas mãos são cilindros de ouro, cheios de crisólito. Seu abdome é uma placa de marfim, coberta de safiras. 15 Suas pernas são colunas de mármore, fundadas em pedestais de encaixe de ouro refinado. Seu aspecto é como o do Líbano, seleto como os cedros. 16 Seu palato é pura doçura, e tudo a respeito dele é inteiramente desejável. Este é meu querido e este é meu companheiro, ó filhas de Jerusalém.”

6 “Aonde foi teu querido, ó mais bela entre as mulheres? Para onde se virou teu querido, para que o procuremos contigo?”

2 “Meu próprio querido desceu ao seu jardim, aos canteiros das plantas de especiarias, para pastorear entre os jardins e para colher lírios. 3 Eu sou de meu querido e meu querido é meu. Ele pastoreia entre os lírios" (O Cântico de Salomão 5:2-6:3).


A Sulamita sonha que seu amado está a bater a porta do quarto pedindo que ela o abra. Ela responde que não pode, mas finalmente se levanta para abrir, mas não há ninguém. Então ela vai à procura dele na cidade, mas os guardas intervêm firmemente para a impedir. Ela pede ajuda às damas de Jerusalém para encontrar o seu amado. Elas lhe perguntam como é seu pastor, que faz que é diferente dos outros homens. A Sulamita descreve sua beleza e a razão pela qual ela o ama muito. O rei Salomão fez uma última tentativa para cortejar a Sulamita e conquistar o seu coração:


"Tu és bela, ó companheira minha, como a Cidade Agradável, linda como Jerusalém, formidável como companhias ajuntadas em volta de estandartes. 5 Vira teus olhos da minha frente, pois eles é que me têm alarmado. Teu cabelo é como uma grei de caprídeos que desceram pulando de Gileade. 6 Teus dentes são como uma grei de ovelhas que subiram da lavagem, todas elas tendo gêmeos, nenhuma dentre elas tendo perdido sua cria. 7 Como fatia de romã são as tuas têmporas atrás do teu véu. 8 Talvez haja sessenta rainhas e oitenta concubinas, e donzelas sem número. 9 Há uma que é a minha pomba, minha inculpe. Há uma que pertence à sua mãe. Ela é a pura daquela que a deu à luz. As filhas viram-na e passaram a chamá-la feliz; rainhas e concubinas, e passaram a louvá-la: 10 ‘Quem é esta mulher que está olhando para baixo como a alva, bela como a lua cheia, pura como o sol brilhante, formidável como companhias ajuntadas em volta de estandartes?’”

11 “Eu havia descido ao jardim das nogueiras para ver os botões no vale de torrente, para ver se a videira floresceu, se as romãzeiras brotaram. 12 Antes de eu sabê-lo, minha própria alma me pusera junto aos carros de meu povo disposto.”

13 “Volta, volta, ó sulamita! Volta, volta, para que te possamos contemplar!”

“Que estais contemplando na sulamita?”

“Algo como a dança de dois acampamentos!”

7 “Quão belos se tornaram os teus passos nas tuas sandálias, ó filha disposta! As curvaturas das tuas coxas são como ornamentos, trabalho das mãos dum artesão. 2 Teu umbigo é uma taça redonda. Não [lhe] falte o vinho misturado. Teu ventre é um monte de trigo, cercado de lírios. 3 Teus dois peitos são como duas crias, gêmeas duma fêmea de gazela. 4 Teu pescoço é como torre de marfim. Teus olhos são como as lagoas de Hésbon, junto ao portão de Bate-Rabim. Teu nariz é como a torre do Líbano, que olha para Damasco. 5 Tua cabeça sobre ti é como o Carmelo, e as madeixas de tua cabeça são como lã tingida de roxo. O rei é mantido preso pelas ondulações. 6 Quão bela és e quão agradável és, ó amada, entre delícias! 7 Esta estatura tua se assemelha a uma palmeira, e teus peitos, a cachos de tâmaras. 8 Eu disse: ‘Subirei na palmeira, para apoderar-me dos seus ramos de tâmaras.’ E, por favor, tornem-se os teus peitos como os cachos da videira, e a fragrância de teu nariz, como maçãs, 9 e teu paladar, como o melhor vinho que escorre suavemente para meu amor, deslizando sobre os lábios dos adormecidos.”

10 “Eu sou do meu querido, e seu desejo ardente é para comigo. 11 Vem deveras, ó meu querido, saiamos ao campo; pousemos entre as plantas de hena. 12 Levantemo-nos deveras cedo e vamos aos vinhedos, para que vejamos se a videira floresceu, se a flor se abriu, se as romãzeiras brotaram. Ali te darei as minhas expressões de afeto. 13 As próprias mandrágoras deram a sua fragrância, e junto às nossas entradas há toda sorte de frutas seletas. As novas bem como as antigas, ó meu querido, eu entesourei para ti.

8 “Quem me dera que fosses como um irmão meu, mamando aos peitos de minha mãe! Se te achasse lá fora, eu te beijaria. As pessoas nem mesmo me desprezariam. 2 Eu te conduziria, eu te introduziria na casa de minha mãe, que costumava ensinar-me. Eu te daria de beber vinho aromatizado, o suco fresco de romãs. 3 Sua esquerda estaria sob a minha cabeça; e sua direita — ela me abraçaria.

4 “Eu vos pus sob juramento, ó filhas de Jerusalém, que não tenteis despertar nem incitar em mim amor, até que este esteja disposto" (O Cântico de Salomão 6:4-8:4).


O rei Salomon procura persuadir a Sulamita descrevendo de maneira poética a sua beleza, no entanto, ela recusa de forma firme e corajosa e reafirma que seu coração é inteiramente ao seu pastor, a quem ela ama: "Eu sou do meu querido, e seu desejo ardente é para comigo. Vem deveras, ó meu querido, saiamos ao campo; pousemos entre as plantas de hena. Levantemo-nos deveras cedo e vamos aos vinhedos, para que vejamos se a videira floresceu, se a flor se abriu, se as romãzeiras brotaram. Ali te darei as minhas expressões de afeto. As próprias mandrágoras deram a sua fragrância, e junto às nossas entradas há toda sorte de frutas seletas. As novas bem como as antigas, ó meu querido, eu entesourei para ti" (7:10-13). Finalmente, há o feliz fim do Cântico com o retorno da Sulamita que se junta àquele que sempre amou, seu humilde pastor:


"Quem é esta mulher subindo do ermo, encostando-se no seu querido?”

“Debaixo da macieira te despertei. Ali a tua mãe estava em dores de parto contigo. Ali sentiu dores de parto aquela que te dava à luz.

6 “Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é tão forte como a morte, a insistência em devoção exclusiva é tão inexorável como o Seol. Suas labaredas são as labaredas de fogo, a chama de Jah. 7 Mesmo muitas águas não são capazes de extinguir o amor, nem podem os próprios rios levá-lo de enxurrada. Se um homem desse todas as coisas valiosas de sua casa em troca de amor, as pessoas positivamente as desprezariam.”

8 “Temos uma pequena irmã que não tem peitos. Que faremos por nossa irmã no dia em que for pedida?”

9 “Se ela for uma muralha, construiremos sobre ela um parapeito de prata; mas se ela for uma porta, nós a bloquearemos com uma tábua de cedro.”

10 “Sou uma muralha, e meus peitos são como torres. Neste caso me tornei aos seus olhos como aquela que acha paz.

11 “Havia um vinhedo que Salomão veio a ter em Baal-Hamom. Ele entregou o vinhedo aos guardiães. Cada um trazia pelos seus frutos mil moedas de prata.

12 “Meu vinhedo, aquele que me pertence, está à minha disposição. As mil te pertencem, ó Salomão, e duzentas aos que guardam os seus frutos.”

13 “Ó tu que moras nos jardins, os associados prestam atenção à tua voz. Deixa-me ouvi-la.”

14 “Corre, meu querido, e faze-te igual à gazela ou à cria dos veados sobre os montes de especiarias" (O Cântico de Salomão 8:5-14).


A passagem que resume muito bem a beleza do amor da Sulamita para o seu pastor, é o que o descreve como sendo o fogo e a chama de Jah (diminutivo do nome de Deus, Jeová): "Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é tão forte como a morte, a insistência em devoção exclusiva é tão inexorável como o Seol. Suas labaredas são as labaredas de fogo, a chama de Jah" (O Cântico de Salomão  8:6).


O Cântico de Salomão é a ilustração da força do amor verdadeiro, um apego exclusivo entre dois seres humanos, um homem, o pastor e uma mulher, a Sulamita. Esse apego é comparado à força da morte, que leva irreparavelmente ao túmulo comum da humanidade, o Seol (O Hades em grego). No entanto, essa força de amor exclusivo, entre um homem e uma mulher, é uma criação divina, feita dum profundo afeto e de fidelidade mútua. O pastor e a Sulamita foram fiéis aos seus sentimentos de amor mútuo. A Sulamita sem hesitação recusou a prestigiada posição de ser esposa do rei Salomão, com todas as vantagens materiais e de luxo. Ela preferiu esse amor poderoso que sentia por seu pastor e com uma vida muito mais simples. Provavelmente, eles terão envelhecido juntos, casados e ​​com filhos, até a separação da morte. Eles terão sido fiéis mutualmente, até e durante a noite das suas vidas, quando a beleza física da juventude, descrita no Cântico de Salomão, terá desaparecido. Eles se encontrarão de novo, como irmão e irmã de coração na época da ressurreição (Atos 24:15).


A PROMESSA DE DEUS